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De 4 a 13 de fevereiro, Guimarães acolhe mais uma edição do seu Festival Internacional de Dança Contemporânea
Entre os próximos dias 4 e 13 de fevereiro, o GUIdance - Festival Internacional de Dança Contemporânea, em Guimarães, volta a marcar o calendário cultural de inverno do país pelo 6º ano consecutivo. Uma ideia edificada na antecâmara da Capital Europeia da Cultura, que a atravessou e lhe sobreviveu, consubstanciando-se como património imaterial fundamental para caraterizar a história recente da cidade de criação contemporânea em que Guimarães se está a transformar.
Em 9 peças que compõem o programa deste ano do GUIdance, há duas estreias absolutas: “Se alguma vez precisares da minha vida, vem e toma-a” de Victor Hugo Pontes (4 de fevereiro, Centro Cultural Vila Flor) e “Maremoto” de Miguel Moreira, Útero (6 de fevereiro, Centro Cultural Vila Flor).
Há duas peças que constituem recriações de duas obras, ambas inicialmente estreadas em 2002 e que são significativas como iniciáticas de identidades dos seus criadores: o português Miguel Moreira na sua relação em movimento entre a dança e o teatro, com “Parede” (10 de fevereiro, Plataforma das Artes e da Criatividade) e “Kaash” de Akram Khan (peça emblemática, recriada com novo elenco mais de uma década depois e que reafirma o diálogo da dança com outras artes, neste caso revisitando esse ato gerador de uma identidade que uniu um trio então apresentado como representantes de uma nova geração de artistas britânicos-asiáticos: o escultor Anish Kapoor e o músico Nitin Sawhney).
Há ainda estreias nacionais – “Hyperfruit” de Ludvig Daae (6 de fevereiro, Plataforma das Artes e da Criatividade), “Je danse parce que je me méfie des mots” de Kaori Ito (dia 12, Centro Cultural Vila Flor) e “Golden Hours (as you like it)” de Rosas, Anne Teresa de Keersmaeker (dia 13 de fevereiro, Centro Cultural Vila Flor).
Por fim, o GUIdance apresenta ainda duas peças de referência do repertório de criadores nacionais, “Hu(r)mano”, obra de 2014 de Marco da Silva Ferreira (5 de fevereiro, Centro Cultural Vila Flor) e “Nevoeiro”, obra de 2013 de Luís Guerra (dia 13 de fevereiro, Plataforma das Artes e da Criatividade).
O GUIdance é já um elemento identitário de uma visão coletiva e comunitária que se expressa através das artes, consolidando a mundividência de um território urbano a viver o presente, mas em permanente preparação do seu futuro. Nesta era, a da imagem, o corpo coloca-se cada vez mais no centro enquanto veículo de todas manifestações vitais. Quer no domínio existencial, das artes ou até mesma na ocupação do espaço público. É portanto um assunto que a todos nós diz respeito. Algo intrínseco. Uma área de interesse comum que deve carregar o fascínio de uma descoberta permanente.
Para esta 6ª edição, foram mantidas as condições fundamentais que fazem do GUIdance um acontecimento cultural com significado, como o são as estreias absolutas e nacionais, a presença de criadores consagrados e outros mais jovens, também eles nacionais e internacionais, a componente formativa, a relação com as escolas e com a comunidade artística e a abertura à participação do público nas várias atividades paralelas. E também como aditamento uma contextualização obrigatória à história do Útero, estrutura associada ao Centro Cultural Vila Flor nestes últimos anos.
A edição de 2016 do GUIdance encontra-se alicerçada numa ideia forte e clara que orientou o pensamento programático deste ano: construir um festival de diálogos. Ou seja, a dança contemporânea na sua mais completa relação com as outras artes. Foram definidos quatro pontos cardeais para incendiar criativamente as 9 peças do programa deste ano: teatro, música, literatura e artes visuais, onde se inclui a fotografia. No programa encontramos Tchekhov, Mapplethorpe, Anish Kapoor, Nitin Sawhney, Brian Eno, Shakespeare, entre outros. E claro, em primeiro plano, grandes criadores deste nosso tempo.
À semelhança das edições anteriores do festival, o GUIdance inclui atividades paralelas que possibilitam a bailarinos e alunos de dança uma dimensão mais participativa através da frequência de masterclasses. Este ano, as masterclasses serão orientadas por Victor Hugo Pontes (05 de fevereiro) e pela Akram Khan Company (10 de fevereiro). A proposta para estas ações de formação consiste na ideia de serem ministradas com fundamento no processo criativo de ambos os espetáculos, uma após a apresentação (Victor Hugo Pontes) e outra antes (Akram Khan Company), com o objetivo de permitirem diferentes ângulos de leitura das peças, que poderão ser visionadas pelos participantes enquanto tarefa complementar da formação a realizar. As inscrições para as masterclasses podem ser efetuadas através do formulário disponível no site www.ccvf.pt.
Os bilhetes para o GUIdance 2016 já se encontram à venda, podendo ser adquiridos nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor e da Plataforma das Artes e da Criatividade, Lojas Fnac e El Corte Inglés, entidades aderentes da Bilheteira Online, e via online em www.ccvf.pt eoficina.bol.pt. O custo dos bilhetes situa-se entre os 3,00 e os 10,00 euros, existindo a possibilidade de adquirir a assinatura do GUIdance 2016 por 35,00 euros para quem desejar assistir a todos os espetáculos da edição deste ano. Toda a informação relativa aos espetáculos encontra-se disponível no site www.ccvf.pt.